Autor, há cerca de um mês, de uma carta-aberta ao matador espanhol Morante de la Puebla (que teve honras de página inteira na revista "6 Toros 6"), suplicando-lhe que viesse este ano tourear a Lisboa, a fim de "salvar o toureio a pé do marasmo", António Jesus da Silva morreu sexta-feira passada em Lisboa, vítima de cancro detectado há menos de um mês, sem tempo para assistir ao anúncio da concretização desse seu sonho - anúncio que Rui Bento deverá fazer amanhã à tarde na conferência de imprensa de apresentação da temporada lisboeta.
António Silva, carinhosamente conhecido nos meios tauromáquicos por "Silva Gordo", foi um dos últimos grandes românticos da Festa - e a sua memória será amanhã homenageada na edição nº 479 do jornal "Farpas".
Foi o "descobridor" de vários toureiros com trajectórias e episódios polémicos (por ele inventados), como os célebres "Muleta Negra", Fernando Guarany e Paco Duarte e também o cavaleiro Regalito Flores "Faraó" e chegou a apoderar, nos seus tempos de novilheiro, o saudoso toureiro vilafranquense Carlos Falcão - entre outros.
António Silva tinha 75 anos. Foi cremado no domingo no cemitério dos Olivais, em Lisboa.
Na foto, há poucos anos em Espanha, quando se reencontrou com dois dos toureiros que lançou, Paco Duarte e Guarany.
Fotos M. Alvarenga
