quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Jornalismo de luto: morreu Carlos Pinto Coelho


Vítima de ataque cardíaco, faleceu aos 66 anos o jornalista Carlos Pinto Coelho, ex-apresentador do magazine "Acontece" na RTP - mas, acima de tudo, um grande profissional da informação. E um homem bom.
Sofreu quarta-feira um ataque cardíaco, chegando a ser internado de urgência e operado, mas não resistiu. Em Novembro de 2005 sofrera já dois enfartes. Cinco anos depois, o coração do jornalista e escritor voltou a traí-lo - infelizmente e desta vez, para sempre.
Foi chefe de redacção do "Informação 2" (1978), director de programas da RTP (1986 a 1989) e director de Cooperação e Relações Internacionais da televisão estatal entre 1989 e 1991. Além de blocos noticiosos, como o "Telejornal", Carlos Pinto Coelho conduziu o magazine diário "Acontece" entre 1993 e 2003.
Passou igualmente por várias rádios, como a TSF, a Comercial e a Antena 1, deu aulas de jornalismo na Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Tomar e assumiu outros cargos ao longo da sua brilhante carreira de jornalista, como membro do Conselho de Administração da Europa TV, além de representar a RTP na União das Rádios e Televisões Nacionais de África e na Organização das Televisões Iberoamericanas.
Publicou vários livros, como "A Meu Ver" (1992), "De Tanto Olhar" (2002) e "Assim Acontece - 30 Entrevistas Sobre Tudo... E o Resto" (2007). Era também um apaixonado por fotografia, tendo feito diversas exposições.
Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (2000) e oficial da Ordre des Arts et del Letrres, foi também distinguido pela Casa da Imprensa em 1995.
Carlos Nuno de Abreu Pinto Coelho nasceu em Lisboa em 1944, viveu 18 anos em Moçambique e regressou depois a Portugal para estudar Direito na Universidade de Lisboa, tendo-se estreado no jornalismo em 1968 no "Diário de Notícias" - de que viria a ser saneado, como outros jornalistas, a seguir ao 25 de Abril, quando José Saramago era subdirector do jornal.
Era casado e pai de quatro filhas - à Família enlutada, endereçamos os mais sentidos pêsames.
O jornalismo perde uma das suas maiores referências.

Foto D.R.