sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A crónica de João Cortesão - todas as semanas aqui no "Farpas Blogue"




"Entourages-Claques"

"O cuidado obsessivo sustenta a visão da entourage do artista, que vê o conjunto de suas cápsulas do tempo como obra".
Esta definição de entourage não pressupõe nada de mau, mas a fusão da entourage com o espírito das claques já deixa a desejar, porque no mundo globalizado e por inteiro, sopram ventos de arrancar pela raíz tudo quanto parecia seguro, certo e conquistado. No mundo de hoje, a erva rasteira abunda, está a deixar de haver espaço paras as árvores e muito menos para as florestas.
Falar em claques faz-nos lembrar os relvados dos campos de futebol, mas também nos faz lembrar algumas entourages  dos toureiros e as suas ânsia, e isso começa a acontecer no mundo dos toiros.
Há outras claques-entourages que tiram nível e sentido à nobreza da arte de tourear, e há ainda as mais perigosas, são as que integram os que louvam o poder que está enquanto recebem bilhetes para as corridas e buscam ansiosamente promoção social, encostando-se às figuras.
Afinal estes opinadores de circunstância não mudam - mesmo que tudo mude - a não ser que o toureiro perca força. A sua coerência reside em estar sempre do lado de quem está nos lugares cimeiros.
As entourages-claques mais perigosas, quiçá, são as dos conspiradores, a quem, nalguns casos, já só falta levarem buzinas e cantarem cânticos obscenos.
Estes  inventam defeitos àqueles que querem  despromover e o maior êxito que se lhes conhece no nosso país foi a "diabolização" do grande culpado de todos os males da Festa, que este ano foi o Ventura.
Se calhar o Diego até tem alguma razão... assim como outros...