sábado, 14 de julho de 2012

"El Chano": primeiras declarações depois da grave colhida em Ávila

"El Chano" entrevistado esta manhã no Hospital de Salamanca
pelos jornalistas do "ABC"

Foto David Arranz/ABC
"El Chano" será operado nos próximos dias
Foto David Arranz/ABC
"Caí de muito má maneira e deixei logo de sentir as pernas"
Foto Luis Vega
Momento da dramática colhida de "El Chano" ontem à noite em Ávila
Foto Luis Vega

"Estava bandarilhando o sexto novilho da noite em Ávila (ontem) e queria fazer as coisas bem. O novilho pôs-se-me muito por diante e não lhe pude 'ganhar a cara' e deu-me então uma voltareta 'muito feia'. Caí muito mal e no mesmo instante notei que me 'tinha partido'. Senti uma dor muito forte nas vértebras, como se me tivessem 'tirado as pernas' e já não me consegui mais mexer" - primeiras declarações do malogrado bandarilheiro Vicente Yánguez "El Chano" no Hospital Virgen de la Vega, de Salamanca, esta manhã, ao jornal espanhol "ABC".
No quarto 206 daquele hospital, "El Chano" falou aos jornalistas do diário madrileno, perfeitamente consciente da gravidade da sua situação: "Tenho fracturada a vértebra L-5, que me afecta a medula espinal e daí não ter sensibilidade".
Os médicos que o assistem já lhe disseram que terá que ser operado, não se sabe ainda se em Salamanca ou em Getafe (Madrid), mais próximo da localidade onde mora, Parla, mas "há que esperar que baixe a inflamação da vértebra danificada".
"É uma intervenção cirúrgica muito delicada, vamos ver o que sai dali. Sei que a coisa não está fácil para recuperar a mobilidade das pernas. Estou paralisado da cintura para baixo" - afirma o toureiro.
Confessa que, após a colhida, a primeira coisa que lhe passou pela cabeça "foi a família". Com 39 anos, "a caminho já dos 40", o bandarilheiro é casado com Cristina há dezassete anos (que desde ontem não se separa da cama do marido) e pai de duas filhas, Alinoa (14 anos) e Marta (11). Membro da quadrilha do matador Miguel Abellán, "El Chano" actuava ontem em Ávila na quadrilha da novilheiro peruana "Milagros del Perú".
"El Chano", antigo novilheiro, já com 23 anos de carreira como subalterno, praticante de atletismo, lamenta que tenha sido "um novilho e não um toiro, a acabar com a minha carreira" e garante que vai continuar a fazer atletismo, "nem que seja numa cadeira de rodas".
"Há que ser forte e encarar o futuro como tiver que ser, nunca me fui abaixo na minha vida e não seria agora que iria" - diz o toureiro na sua cama de hospital.

Fotos D.R.