sábado, 27 de outubro de 2012

Alegrete, Fera e Caetano triunfadores do Festival dos Bandarilheiros


Lamentável a falta de público esta tarde em Alcochete no Festival dos Bandarilheiros - eles mereciam mais! Mas, lá está, por mais que queiramos pintar o quadro de outra forma, vivemos num país sem cultura taurina. Em Alcochete, hoje, estavam muito poucos - mas estavam os bons. É o que importa!
"A cavalo dado não se olha o dente"... e a novilho oferecido... não se exige qualidade... Outro problema "nacional". Tinham pouca, para não dizer nenhuma, qualidade a maior parte dos novilhos-toiros enviados hoje para o festejo dos Toureiros de Prata. O melhor - melhor é pouco, saíu de sonho! - foi o da ganadaria de Paulo Caetano. Depois do triunfo na novilhada de Lisboa, um triunfo ganadero do Maestro esta tarde em Alcochete. João Diogo Fera lidou-o divinalmente e foi, no que toca aos "apeados", o grande triunfador da tarde. Faena de sonho e toiro de sonho! Olé e pronto!
Pedro Gonçalves - raça e ganas - vinha para triunfar. O novilho de Dias Coutinho não lho permitiu, mas ficou a raça do grande Toureiro, os espectaculares pares de bandarilhas em sorte dividida com o seu antigo pupilo Cláudio, a forma decidida como recebeu o seu oponente de joelhos em terra, o poderio com que procurou sacar com a muleta os passes que não "saiam".
Cláudio Miguel veio trajado "à Morante" (ou coisa parecida...) e fez "das tripas coração" para realizar faena a outro novilho que não ajudou. Esteve valente e esteve artista, a recordar os tempos em que foi promissor novilheiro, antes de se tornar num dos melhores bandarilheiros da sua geração - e da nossa própria História.
Arte foi coisa que sempre sobrou a Nuno Manuel "Velásquez". O antigo matador de toiros fez esta tarde lembrar em Alcochete os seus melhores tempos. Dá gosto vê-lo tourear. E está tudo dito sobre quem sempre marcou a diferença.
Os quatro "matadores" tourearam a abrir o festival. Seguiram-se os "cavaleiros" e brilhou Duarte Alegrete, utilizando cavalos de Filipe Gonçalves, a cujo quadrilha pertence. Toureou a sério - e bem. Se calhar, melhor que muitos que andam por aí a pensar que são figurinhas... Alegrete é um cavaleiro exímio, foi um dos nossos melhores "calções" em salto de obstáculos, mas provou hoje ter noção perfeita do toureio, dos terrenos, da arte. Foi uma surpresa!
António Telles Bastos, o único toureiro a pé da ilustre Família Ribeiro Telles, "desenrascou-se", mostrou conhecimentos, mas mostrou sobretudo que tem mais "queda" para o toureio a pé. Esteve digno, sem alardes.
Foram homenageados e brindados por muitos dos participantes, os antigos e famosos bandarilheiros José Tinoca, César Marinho, Amâncio Grilo e Albino Fernandes. Prestou-se tributo a quatro dos grandes! O festival foi bem dirigido por Ricardo Pereira. Extra-espectáculo, saíu o novilho de José Luis Cochicho que não ficara aprovado para o festival e que foi lidado por seu filho Luis Filipe e por António Fernandes (filho de Albino), um dos promissores diestros da Academia do Campo Pequeno.

Albino Fernandes, José Tinoca, César Marinho e Amâncio Grilo
- os quatro homenageados

Daqui a pouco - não perca todas as fotos de Emílio de Jesus!

Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com