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Era para começar às 22h15 e iniciou-se apenas já perto da meia-noite a tourada que sábado passado teve lugar numa praça portátil em Sesimbra e onde se prestava homenagem aos pescadores locais. Com as bancadas replectas de público, este aguentou firme e demoradamente pelo começo do espectáculo. O atraso ficou a dever-se ao facto de o camion de transporte dos toiros e também a ambulância dos bombeiros terem ficado "atolados" no areal que circundava a praça...
Depois, o espectáculo decorreu em circunstâncias absolutamente dramáticas, dado o péssimo piso da arena, uma autêntica praia imprópria para a arte do toureio - coisas que continuam, infelizmente, a acontecer nas "touradas desmontáveis" deste país e que precisam a todo o custo ser evitadas. Há que pedir responsabilidades à organização da corrida (a empresa "Espalhar Aplausos") e também ao director de corrida (Pedro Reinhardt), que permitiu que o espectáculo fosse para a frente perante aquele cenário impróprio...
Sónia Matias e Ana Batista defenderam-se e enfrentaram com dignidade os seus dois toiros da ganadaria de Jorge Carvalho. Já o praticante David Gomes (foto), que arriscou em demasia, sofreu duas aparatosas quedas que só não tiveram graves consequências por milagre. Devido ao mau estado do piso, as duas cavaleiras já não lidaram o quarto toiro que iriam enfrentar a duo. As pegas estiveram a cargo dos Forcados de Alenquer, dado que os mexicanos de Tezuitlán, também anunciados, como oportunamente noticiámos cancelaram a sua digressão europeia devido a colhida do cabo.
Na segunda parte do espectáculo actuavam o cavaleiro amador Francisco Parreira e o bezerrista João Martins, mas só este toureou. O pai do jovem cavaleiro anunciou aos microfones que o filho não arriscaria a vida numa arena daquelas.
Enfim, uma vergonha que em nada dignificou a Festa. Façam a fineza de evitar coisas destas...
Foto Emílio de Jesus/Arquivo
