quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Polémica em Estremoz: empresa "Campo e Praça" responde a Francisco Cortes




Na sequência da polémica entrevista do cavaleiro Francisco Cortes (foto de cima) ao jornal "E" (Estremoz), que ontem aqui reproduzimos, e das graves acusações que nela faz à empresa "Campo e Praça", de António M. Barata Gomes e Albino Caçoete (foto da esquerda), veio agora esta responder ao toureiro, através da carta que aqui se reproduz na íntegra e que a empresa enviou ao referido jornal, solicitando a sua publicação ao abrigo do Direito de Resposta consagrado na Lei de Imprensa:


No último número do vosso jornal foi publicada uma entrevista ao cavaleiro tauromáquico Francisco Cortes, na qual o entrevistado fez afirmações que, pela sua gravidade, deixaram os sócios da empresa Campo e Praça deveras preocupados.
Com o intuito de esclarecer os aficionados em geral e os estremocenses em particular, importa fazer referência aos seguintes factos:
1 - Tendo em consideração o natural entusiasmo gerado em redor da corrida de reinauguração da praça de touros de Estremoz, foram vários os cavaleiros, grupos de forcados e ganadeiros que se mostraram interessados em fazer parte do cartel;
2 - Optou a empresa Campo e Praça pela contratação de sete figuras com créditos firmados na tauromaquia nacional, o grupo de forcados de Montemor , cujo malogrado cabo pertencia à família Cortes, o grupo de forcados de Monforte, que tem nas suas fileiras inúmeros elementos do concelho de Estremoz, e uma ganadaria cuja qualidade tem sido sobejamente comprovada;
3 - Entendeu a empresa não ser honesto da sua parte incluir o Sr. Francisco Cortes no cartel, tendo em consideração que partiria em clara desvantagem qualitativa relativamente aos restantes cavaleiros em praça;
4 - Ao contrário daquilo que o Sr. Francisco Cortes afirma, a empresa Campo e Praça incluiu no cartel um cavaleiro da terra, de seu nome João Maria Branco. Ao contrário do Sr. Francisco Cortes, João Maria Branco não actuou este ano nas praças de Vila Viçosa, Sousel, Montemor, Terrugem ou Alter, mas sim nos grandes palcos da tauromaquia nacional, incluindo duas noites na praça do Campo Pequeno onde, na corrida da RTP, teve o gesto de brindar uma lide ao Exmo. Sr. Luis Mourinha, Presidente da Câmara Municipal de Estremoz. Importa salientar que João Maria Branco é hoje uma figura em crescendo do panorama taurino nacional e não uma eterna esperança com vinte e seis anos ininterruptos nestas andanças. Como diz, e muito apropriadamente, o Sr. Francisco Cortes, é dentro da praça que se devem dar provas de valor;
5 - Desconhece esta empresa que em alguma das ocasiões que o Sr. Francisco Cortes actuou em Estremoz, quer na praça fixa quer em praças móveis, a lotação das mesmas se tenha, sequer, aproximado da totalidade;
6 - Relativamente à corrida de homenagem ao Sr. José Maldonado Cortes, um dos sócios desta empresa foi recebido na casa do próprio dois dias antes da corrida de reinauguração da praça, altura em que, obviamente, o cartel da mesma já era sobejamente conhecido. Esse encontro tinha como objectivo propor ao Sr. José Maldonado Cortes a realização de uma corrida em sua homenagem e na qual, logicamente, o seu filho faria parte do cartel. Estranha-se, portanto, que um dos sócios da empresa sobre a qual o Sr. Francisco Cortes faz tão infames comentários tenha sido recebido em casa de seus pais;
7 - Desconhece esta empresa que a dinastia Cortes alguma vez tenha organizado corridas de toiros cujo lucro tenha revertido integralmente para instituições de solidariedade social de Estremoz;
8 - Como muito bem refere o Sr. Francisco Cortes, a lotação da praça foi consideravelmente reduzida em consequência das obras, de quatro mil para dois mil e quatrocentos lugares. O montante envolvido na montagem do cartel e a parca lotação da praça impossibilitaram a prática de preços mais acessíveis. No entanto, preferiu a empresa Campo e Praça correr o risco de oferecer aos aficionados estremocenses um cartel digno dos seus pergaminhos;
9 - Tendo a dinastia Cortes explorado a praça de toiros de Estremoz durante vários anos, faz parte integrante de todos aqueles que nada fizeram para evitar a sua calamitosa degradação. Como o Sr. Francisco Cortes muito bem refere, nela treinou durante anos e anos. Como o Sr. Francisco Cortes muito bem sabe, a dinastia Cortes utilizou a praça de toiros de Estremoz como cavalariça, curral e picadeiro, sem que alguma vez tenha tomado a iniciativa de proceder a algum tipo de obra de restauro ou manutenção;
10 - A empresa Campo e Praça nutre o maior respeito pela trajectória do Sr. José Maldonado Cortes na tauromaquia. Aliás, por algum motivo será, garantidamente, o cavaleiro que mais corridas de comemoração de alternativa e homenagem foi alvo em Portugal;
11 - Para finalizar, e tendo em consideração o desconhecimento desta empresa relativamente à naturalidade do Sr. Francisco Cortes, estranha-se que se diga estremocense mas no seu perfil no Facebook se apresente como natural de Lisboa. Talvez também devesse ter sido convidado para a reinauguração da praça da capital...!

Campo e Praça
Lançada, 23 de Setembro de 2013

Fotos M. Alvarenga e Emílio de Jesus