domingo, 28 de junho de 2015

Ontem em Badajoz: uma orelha a cada Moura, Pablo e Ventura em ombros

Merecida orelha ontem em Badajoz
Lição que deu gosto ver: João Moura deu cátedra em tarde
de homenagem
Pablo Hermoso em grande, cortou duas orelhas
Ventura no seu melhor: duas orelhas
João Moura Jr. esteve grande diante do pior toiro
da corrida. Cortou uma orelha
Grande actuação de Miguel Moura ontem em Badajoz. Em baixo, Ventura
e Hermoso em ombros


Miguel Alvarenga - Parecia estar o jogo preparado e viciado para que os espanhóis saissem em ombros e os portugueses a pé. E assim foi. Ontem em Badajoz, 42 graus à sombra, inferno ao sol, outra vez meia casa e muito menos portugueses na bancada do que na véspera, estranho, não é? Mas foi. Corrida de cartel único, homenagem à gloriosa trajectória de João Moura e o "Velho Senhor" a dizer que ainda mexe e que é único, mesmo. Os toiros de Los Espartales pouco transmitiram, mas prestaram-se para a arte moderna do toureio a cavalo, isto é, para os bailados de maravilha característicos dos que integravam este cartel de rejoneio na tarde de encerramento da Feira de San Juan.
João Moura cortou uma orelha, mas podia ter levado as duas. Esteve Senhor na brega, cravou ferros "à Moura" e já em terra descabelhou à segunda. Mas a lição estava dada. Seguiu-se João Moura Júnior, que actuou em segundo lugar para rumar ao Montijo, onde toureou à noite. Com o pior toiro da tarde, valeu a sua entrega, o seu saber e a sua arte para também ser premiado com uma orelha. Pablo Hermoso de Mendoza não iniciou da melhor forma, falhou mesmo dois curtos, mas recompôs-se e mercê da vistosa brega, das "hermosinas" e da forma como lidou acabou por pôr tudo no lugar e foi premiado com duas orelhas. Diego Ventura esteve enorme a lidar e a cravar, na forma emotiva como ladeou e como rematou as sortes. Duas orelhas também. Andrés Romero cortou uma orelha sem ter nada a ver com nada... E Miguel Moura fechou a corrida com chave de ouro, muito bem a tourear e a cravar, mostrando com algum exagero que tem um cavalinho que morde. Mas o público gostou, matou bem e levou uma orelha.
Mas foi o Maestro quem marcou ontem a diferença. João Moura sempre João Moura.

Fotos González Arjona/aplausos.es