terça-feira, 18 de julho de 2017

Crónica de uma noite única com Manzanares no "Rubro"

Maio de 1997 em Salamanca, em casa de Júlio Robles, a minha tarde única com
o Maestro Manzanares. Mostrei agora estas fotos a seu filho e ele comoveu-se
até às lágrimas
1999 em casa de Paulo Caetano, com meu Pai, mostrando a Manzanares as
fotos da nossa célebre tarde em casa de Júlio Robles
Manzanares no "Rubro", à tarde, na quinta-feira, com Óscar Chopera, Jorge
Matilla e Rui Bento, quando via as fotos do meu encontro com seu Pai
À tarde, no "Rubro", vendo as fotos que lhe fui mostrar
Manzanares ladeado por Rui Bento e "Nené"
Manzanares fotografando com  a minha Leica...
Brindando com aficionados que, do cimo das escadas, quiseram fazer com
Manzanares uma saúde ao seu memorável triunfo nessa noite 
Aqui, Manzanares experimenta ver com os meus óculos...
Momentos únicos no "Rubro", depois da corrida do Campo Pequeno, na última
quinta-feira... que aqui era já a madrugada de sexta!


Miguel Alvarenga - Em Maio de 1997, há exactamente vinte anos, vivi em casa do saudoso matador de toiros Júlio Robles, na companhia, entre outros, de Amadeu dos Anjos e Rui Bento (íamos a um festival em Vecinos, a poucos quilómetros de Salamanca, que não se efectuou por ter chovido e a tarde acabou como acabou em casa de Robles) um momento único com o Maestro José Maria Manzanares - que embora me não dignifique assim muito... se traduziu numa valente (mas gloriosa) tarde de copos, a que há quem chame uma grande bebedeira. Mas também, valha-nos Deus, apanhar uma bebedeira com um figurão como o sempre lembrado Manzanares é coisa que marca qualquer um. E a mim marcou-me. Alguns lembrar-se-ão certamente dessas fotos (que volto a publicar em cima), que ao tempo foram capa do jornal "Farpas"...
Na passada quinta-feira, estive à tarde no "Rubro", o afamado restaurante da praça do Campo Pequeno, antes da corrida dessa noite, com José Maria Manzanares (filho). Estavam também Rui Bento, a Drª Paula Resende, o apoderado Jorge Matilla e também o apoderado de Pablo Hermoso, Óscar Chopera - como no dia aqui noticiei.
Levei comigo as fotos dessa célebre tarde em Salamanca e também as que o Emílio nos tirou uns anos (poucos) depois, quando Manzanares (filho) toureou ainda como novilheiro em Monforte e eu me reencontrei (com o meu querido Pai) com Manzanares (pai) em casa de Paulo Caetano e lhe recordei esse dia hilariante, mostrando-lhe as fotos (que me autografou).
Manzanares comoveu-se até às lágrimas ao ver essas fotos da minha bebedeira com seu Pai ("Tivemos algums brigas, mas para mim será sempre único e penso nele todos os minutos da minha vida", disse-me, comovido).
Depois da corrida, já de madrugada, voltámos a estar juntos no "Rubro". Manzanares estava ao rubro, feliz e a gosto pelo triunfo que acabara de viver numa praça tão solene - e de que gostou tanto - como a do Campo Pequeno. Cantou, viu e mostrou-nos no seu tablet faenas históricas de seu Pai, demonstrou (outra vez) toda a sua grandeza e toda a sua humildade, levantando-se da mesa vezes sem conta para dar autógrafos e fotografar-se ao lado de vários aficionados que ali acorriam e pediam para retratar esse momento único ao lado do matador. Fez brindes, exteriorizou toda a sua alegria e toda a sua contagiante euforia depois de uma noite de glória na primeira praça de Portugal.
Não houve bebedeiras, desta vez - garanto. Houve apenas e só alegria, entusiasmo, euforia e momentos únicos.
Publico aqui as fotos que se podem publicar. Manzanares pediu-me: "Publica só as que são publicáveis. As outras, guarda-as para ti e daqui por vinte anos vai ter com o meu filho, como hoje vieste ter comigo e mostra-lhas, diz-lhe como me disseste a mim: há vinte anos, olha eu com o teu pai num momento de grande alegria!".
Vinte anos separam as minhas fotos com o pai e com o filho. A mesma classe, a mesma grandeza, o mesmo pedaço de torerazo. Únicos.

Fotos D.R.