quarta-feira, 19 de julho de 2017

Luis Rouxinol Jr. a 24 horas da alternativa: "Há que transmitir emoção às bancadas!"



Nasceu e cresceu em ambiente tauromáquico. Filho do cavaleiro Luís Rouxinol, uma das grandes figuras do toureio equestre português dos últimos trinta anos; neto de Alfredo Vicente, que foi cavaleiro amador, Luís Rouxinol Júnior chega esta quinta-feira, amanhã, à meta desejada: tomar a alternativa de cavaleiro tauromáquico, na Catedral Mundial do Toureio a Cavalo, o Campo Pequeno.
“Segui desde muito cedo a carreira do meu pai; acompanhei o seu dia-a-dia, quer fosse a montar a cavalo, a treinar no tentadero ou nas corridas e, assim, foi natural o desenvolvimento do gosto por esta profissão. Estreei-me como amador a 28 de Maio de 2011 em Serpa e fiz a prova de praticante no Campo Pequeno a 19 de Junho de 2014, curiosamente com novilhos da ganadaria Murteira Grave, a mesma que lidarei amanhã”, diz Luís Rouxinol Jr.
Actuou em corridas e praças de prestígio, tanto como amador, como enquanto praticante e destaca a sua participação no Campo Pequeno, na corrida de gala à antiga portuguesa de encerramento da temporada de 2015, “como um grande triunfo”, bem como o 14 de Julho de 2016, de novo no Campo Pequeno em que, por agravamento de uma lesão óssea (hérnia discal), do seu pai, com quem alternava, teve de o substituir na lide de um dos toiros. “Foi um grande desafio, estive à altura das circunstâncias”, recorda.
Sempre contou com o apoio do seu pai e reconhece que, tudo o que sabe do toureio a ele o deve. Nele aprecia, além do mais, “a forma como lida os toiros, a capacidade de entender as suas características e dar-lhe a lide mais adequada, para além da entrega constante ao público, independentemente do lugar onde actua”.
Apesar das influências recebidas de seu pai, Luís Rouxinol Jr. considera-se capaz de definir o seu próprio estilo. “Quero ser conhecido por Luís Rouxinol Jr. e não pelo filho do Luís Rouxinol”, afirma com convicção. E estabelece, desde logo, uma diferença de estilo: bandarilhar a duas mãos. “Não bandarilho, para já. Vou resistir à tentação de o fazer em praça enquanto o meu pai estiver no activo e espero que seja por muitos anos. Um dia que ele se retire, logo se verá…”.
Entende que, nos dias de hoje, “o momento da reunião, que para ter verdade têm de ser ao estribo, não é tudo. Há que raciocinar em termos globais da lide, com todas as implicações que tem ao nível de conhecimento do toiro, designadamente das suas crenças, das regras do toureio e da própria disponibilidade dos cavalos. Resumindo, há que transmitir emoção e conhecimento para as bancadas”.
Já toureou em França e na Califórnia e pretende também tourear em Espanha e nos países taurinos da América Latina, “mas a seu tempo e como consequência de um trabalho consistente a realizar em Portugal”. Para já, o seu objectivo é consolidar-se como figura em Portugal. “Uma coisa de cada vez”, acrescenta.
Sobre o cartel de alternativa, considera-o inteiramente a seu gosto, tanto no que se refere a cavaleiros, como a forcados e à ganadaria.
Em praça vão estar os cavaleiros António Ribeiro Telles, Luís Rouxinol, Manuel Ribeiro Telles Bastos e Luís Rouxinol Jr., os grupos de forcados amadores de Santarém e Coruche, capitaneados por João Grave e José Tomás, respectivamente, sendo lidados seis imponentes toiros de Murteira Grave.

Fotos Frederico Henriques/@Campo Pequeno e D.R./@Luis Rouxinol Jr.